sábado, 2 de março de 2013

                         cachalote                                                        



por Redação Galileu
Editora Globo
Um animal tão lindo poder ter ganho um motivo a mais para viver //Crédito: ShutterStock
Alguns dos perfumes mais caros do vêm dos lugares, digamos, menos nobres da natureza. Glândulas, fezes e secreções são palavras fortes o suficiente para nos dar uma noção do tipo de matéria-prima que origina as fragrâncias das marcas mais famosas do mundo. O vômito da baleia cachalote entra nessa lista. Acontece que o animal em questão está correndo risco de extinção e os cientistas já estão tratando de criar uma alternativa sintética para não deixar ninguém fedido – e nenhum animal extinto para sempre.

O “vômito de baleia”, na realidade, atende por um nome um pouco mais comercializável: chamado de âmbar cinzento, ele é produzido pela vesícula biliar da cachalote. Essa secreção gosmenta é fabricada pelo organismo da baleia para envolver tudo aquilo que seu sistema não consegue digerir – conchas, por exemplo – protegendo,assim, seus órgãos internos. Assim que é recolhido, o âmbar tem um odor parecido com o de esterco de vaca, mas vai ganhando uma fragrância mais agradável com o passar do tempo (algo parecida com o cheiro de terra).

Mas a decisão de criar um substituto artificial não é somente calcada na sustentabilidade. Achar os vômitos boiando em alto-mar é bem mais difícil que mimetizá-los em laboratório. Até então, o jeito mais comum de fazer esse processo era utilizando uma espécie de árvore conífera cujos resultados eram bem pouco proveitosos: 30% de material aproveitável e 70% de subproduto.

Agora, pesquisadores da Universidade de British Columbia, nos EUA, conseguiram que a levedura, um tipo de fungo, também produzissem uma substância química chamada cis-abienol – aparentemente, o substituto perfeito.

Baleias do porte de uma cachalote conseguem expelir objetos de até 23 quilos, seja vomitando ou defecando. Pesquisas recentes mostraram que o âmbar cinzento é fruto de uma falha no sistema digestivo: essas baleias possuem 4 estômagos e a comida deve ser totalmente digerida ainda nos primeiros dois. Se ela chegar no último estômago ainda em estado sólido a tal gosma será fabricada. A estimativa é que apenas 1 em cada 100 cachalotes produzam a secreção.



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