Publicado em 18 de Junho de 2013.
Dada como extinta durante mais de 80 anos, o pica-pau-do-parnaíba (celus obrieni) encontra-se hoje “apenas” ameaçado de extinção. Aparentemente, esta é uma boa notícia para a biodiversidade brasileira, mas só aparentemente.
É que apesar de esta espécie ter sido redescoberta em 2006, ela continua seriamente ameaçada de extinção e, na verdade, não tem nenhum plano de conservação, conta o Planeta Sustentável.
Nativa do Cerrado, a espécie teve vários anos sem ser vista – desde 1926 até 2006. Ela foi descoberta – ou melhor, redescoberta –, em 2006, em Tocantins. Antes, tinha sido visto pela última vez na região do rio Parnaíba, no sul do Piauí, de onde é natural.
Para sobreviver, este pica-pau precisa de uma grande área bem conservada e depende de um bambu chamado de taboca – porque se alimenta das formigas que moram nas hastes ocas destas plantas – e de árvores para fazer os seus ninhos. O problema é que o bioma foi bastante modificado pelos humanos e tem hoje apenas, 20% de sua cobertura original.
Para o pesquisador Renato Pinheiro, esta ave precisa de entrar na lista vermelha de espécies brasileiras ameaçadas de extinção, que avalia os riscos de milhares de espécies desaparecerem, para ser conservada. Este pica-pau já foi considerado criticamente ameaçado na lista vermelha da IUCN – uma das mais respeitadas do mundo – entre 2007 e 2010 – e agora já está na categoria ameaçada.
Pinheiro e sua equipa sugerem também a criação de unidades de conservação, que garantem a protecção não só do pica-pau mas das outras 14 mil espécies de fauna e flora do Cerrado. Seria incrível ver o pica-pau-do-parnaíba voltar a ser dado como extinto, mas o mundo é mesmo feito destes episódios .
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